Pedro Lenza¹
Cada Estado deve instituir quem serão os legitimados para representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, tendo como parâmetro a Constituição Estadual, sendo vedado atribuir a legitimação a um único orgão.
CF, Art. 125, § 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
Competência originária do TJ local para julgar o controle de constitucionalidade abstrato estadual.
Quantos aos legitimados a regra constitucional não os especificou. É na Constituição Estadual que devem ser estabelecida as regras, e pelo princípio da simetria deve ser respeitado o art. 103 da CF.
Presidente
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Governador
Estadual
|
Prefeito
|
Mesa
do Senado Federal
Mesa
da Câmara dos Deputados
|
Mesa
de Assembleia Legislativa
|
Mesa
da Câmara municipal
|
Procurador-Geral
da República
|
Procurador-Geral
de Justiça
|
|
Conselho
Federal da OAB
|
Conselho
Seccional da OAB
|
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Partido
político com representação no Congresso Nacional
|
Partido
político com representação na Assembleia Legislativa
|
Partido
político com representação na Câmara do Município
|
Confederação
sindical
|
Federação
sindical
|
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Entidade
da classe de âmbito nacional
|
Entidade
da classe de âmbito estadual
|
Problemática acerca de na Constituição Estadual poder ampliar ou não os legitimados para propor ADI Estadual, incluindo Deputados Estaduais, Procurador-Geral do Estado ou do Município, Defensor público do Estado ou ainda por iniciativa popular, o autor entende que sim.
Em decisão ADI 558-9-MC STF entendeu constitucional o Procurador-Geral do Estado do RJ ser legitimado.
Parâmetros de controle
A Constituição Estadual é parâmetro de controle abstrato estadual para apreciar lei ou ato normativo estadual ou municipal. A Lei Orgânica do DF é parâmetro para lei ou ato normativo distrital.
A parametricidade das cláusulas constitucionais estaduais, de caráter remissivo, para fins de controle concentrado, no âmbito do TJ local.
A parametricidade das cláusulas constitucionais estaduais, de caráter remissivo, para fins de controle concentrado, no âmbito do TJ local.
É possível o controle em âmbito estadual tendo paradigma a Constituição de outro Estado que remete ou reproduz regra idêntica contida na Constituição Federal.
"Simultaneus processus"
"Simultaneus processus"
As leis estaduais podem sofrer controle concentrado tendo como parâmetro a Constituição Estadual, perante o TJ, ou a Constituição Federal, perante o STF, tendo processos simultâneos.
Sendo o mesmo objeto - a lei estadual - tendo parâmetro estadual de confronto, norma de reprodução obrigatória na Constituição Federal, o controle estadual deverá ficar ficar suspenso e aguardar o resultado do controle feito pelo STF.
Se o STF declara inconstitucional a lei estadual perante a Constituição Federal, a ADI estadual perderá seu objeto; mas se a lei estadual for declarada constitucional perante o STF, o TJ poderá prosseguir o julgamento da ADI.
Mas no caso de o TJ declarar a lei estadual constitucional, esta lei pode ser posteriormente ajuizada em ADI perante o STF, o qual poderá declara-lá inconstitucional, e essa nova decisão prevalecerá sobre a decisão do TJ.
Contrariamente, se o TJ declarar a lei inconstitucional, com a consequente retirada do ordenamento jurídico, não poderia ter controle perante o STF posteriormente sobre esta lei.
Sendo o mesmo objeto - a lei estadual - tendo parâmetro estadual de confronto, norma de reprodução obrigatória na Constituição Federal, o controle estadual deverá ficar ficar suspenso e aguardar o resultado do controle feito pelo STF.
Se o STF declara inconstitucional a lei estadual perante a Constituição Federal, a ADI estadual perderá seu objeto; mas se a lei estadual for declarada constitucional perante o STF, o TJ poderá prosseguir o julgamento da ADI.
Mas no caso de o TJ declarar a lei estadual constitucional, esta lei pode ser posteriormente ajuizada em ADI perante o STF, o qual poderá declara-lá inconstitucional, e essa nova decisão prevalecerá sobre a decisão do TJ.
Contrariamente, se o TJ declarar a lei inconstitucional, com a consequente retirada do ordenamento jurídico, não poderia ter controle perante o STF posteriormente sobre esta lei.
Recurso extraordinário no controle concentrado e em abstrato estadual
A regra geral é de que, da decisão do TJ local em controle abstrato de lei estadual ou municipal perante a Constituição Estadual, não caiba recurso para o STF. Mas no caso de a norma ser de reprodução obrigatória na Constituição Estadual, poderia também estar violando a Constituição Federal, abrindo-se assim a possibilidade de se interpor recurso extraordinário contra acórdão do TJ para o STF.
A decisão do STF nesse recurso produz efeitos erga omnes, ex tunc e vinculante, podendo ocorrer modulação dos efeitos da decisão.
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1 - LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18. ed. re., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 2014. Págs. 437-443.
A regra geral é de que, da decisão do TJ local em controle abstrato de lei estadual ou municipal perante a Constituição Estadual, não caiba recurso para o STF. Mas no caso de a norma ser de reprodução obrigatória na Constituição Estadual, poderia também estar violando a Constituição Federal, abrindo-se assim a possibilidade de se interpor recurso extraordinário contra acórdão do TJ para o STF.
A decisão do STF nesse recurso produz efeitos erga omnes, ex tunc e vinculante, podendo ocorrer modulação dos efeitos da decisão.
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- Referência
1 - LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18. ed. re., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 2014. Págs. 437-443.
Bons estudos!
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